Leite da terra

Já se pode sentir os ares da primavera desde o final de agosto no hemisfério sul. Na observação da paisagem, vê-se que a vida verde rompe do interior da terra. É esta a estação que expressa a característica da nova vida, do crescimento, do germinar. As sementes carregam em sua essência todo o potencial desta nova vida. É tempo de limpar o fígado e a vesícula das gorduras acumuladas durante os meses mais frios. O leite da terra nos dá a benção de abrandar as inflamações, para além de ser refrescante e restaurador.

As amêndoas devem ficar 12 horas de molho, cobertas com água mineral ou filtrada. Após esse tempo, terá iniciado o processo de germinação. Coando a água e colocando em um coador, em poucas horas as cabecinhas brancas das sementes aparecem. Uma parte das sementes pode ser batida com três partes de água ou água de côco. Se coadas em tecido voal, pode-se experimentar uma verdadeira sensação de ordenha do leite. Essa farinha da amêndoa é ótima para fazer biscoitos, podendo ser guardada por um dia na geladeira.

O leite pode ser batido com folhas. Neste período escolho a tansagem, que está tão próxima da terra, em seu máximo vigor e é tão benéfica para a limpeza e a redução dos líquidos do corpo; aproximadamente 3 folhas para cada parte de água.

A água de côco batida com a amêndoa já nos fornece o doce natural deste leite aveludado. Para um docinho a mais, não acrescente açúcar, cuja acidez elimina as enzimas e os efeitos benéficos por sua alta acidez. Pode-se bater com maçã e um dedinho de gengibre para aumentar a refrescância. Só coar de novo para sentir a delícia aveludada. Tesouro da terra para abrandar e nutrir o nosso organismo.