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CRIAÇÃO COM PLANTAS PRENSADAS E SECAS

Atualizado: 15 de jul. de 2021

Quando pequena, quando ainda nem sabia ler, ficava curiosa para abrir os livros da minha mãe e encontrar dentro deles flores e folhagens que pareciam antigas, mas tão bem conservadas. Cada planta caída de uma página contava sua história, ganhava vida através da imaginação fértil de criança.

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Desde então, meus cadernos e livros passaram também a ser povoados de plantas e flores. Em cada passeio, em cada viagem, haviam aquelas plantinhas que indicavam sua presença ao olhar atento e se ofereciam para serem admiradas, conhecidas e colhidas.

Despretensiosamente, criava assim meu próprio herbário, utilizado pelos herbalistas e pesquisadores em geral para identificar as espécies de determinado local em determinada época.


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Já adulta e com muitas plantinhas secas, tive a ideia de fazer os convites de meu casamento com elas. No início da produção, por pura magia, me deparei, em Itaipava,com cúpulas de abajur feitas com a mais bela composição de flores secas que já havia visto. Precisava encontrar a pessoa por trás da arte. Assim conheci uma grande e generosa artesã francesa que plantava e colhia as flores de seu próprio jardim em Petrópolis, secava em grandes prensas de madeira e guardava as plantas já secas em centenas de catálogos telefônicos de páginas amarelas em seu atelier. Saí de lá maravilhada com sua dedicação primorosa e com uma pasta repleta de amores-perfeitos para os convites de casamento.

Ela dizia que esta era uma arte valorizada na França e em toda a Europa, pois no inverno, quando só havia neve no exterior, entrava-se em casa e podiam ser vistos verdadeiros jardins conservados nos abajures acesos.


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Essa prática me acompanha há quase quatro décadas. As plantas nunca ficam guardadas por muito tempo. Seguem seu rumo e despertam o encanto de outras pessoas a elas sensíveis, seja nos cartões de agradecimento, nos calendários, em mandalas no bosque.






 
 
 

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